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Mudanças no mundo corporativo: o que está fazendo na carreira profissional é exatamente o que deveria fazer?
A reflexão que um executivo faz sobre a direção que leva sua carreira profissional, normalmente na altura dos seus 50 anos, quando suas finanças estão relativamente equilibradas.
Analisando esse cenário, o que é mais comum?
Seus filhos não são tão dependentes financeiramente e seu olhar para a vida, no sentido de longevidade, o força a questionar se o que estão fazendo é exatamente o que deveriam fazer e se o legado a ser deixado aqui é o que construiu até o presente momento.
Em minhas conversas com alguns executivos, invariavelmente, a grande maioria diz, em tom de lamento e desabafo, que gostaria de abrir uma pousada no Nordeste.
Isso mais se parece uma busca por férias remuneradas e merecidas do que a escolha de uma nova carreira profissional. O ponto de partida deveria ser o processo do autoconhecimento que irá lhe ajudar a identificar, a partir das suas principais competências, seus valores de carreira e seu perfil profissional e qual carreira você está apto a desenvolver.
O que fazer para ter autoconhecimento profissional?
Não significa dizer que escolhendo a carreira mais adequada você não enfrentará os problemas que esta irá lhe trazer ao longo da vida, afinal ninguém veio a este mundo para passar férias, mas que você reúne as competências e o perfil necessários para poder enfrentá-los com proficiência.
Entenda melhor a proposta
Numa simples analogia, se você é um peixe, procure uma carreira nos rios ou mares e não tente voar como um pássaro.
Você irá encontrar muitos obstáculos mesmo nos rios e mares, como tubarões e redes de pescadores, porém você terá a seu favor as competências necessárias para enfrentá-los, como suas nadadeiras e sua capacidade de respirar embaixo d’água.
Não inicie sua carreira, ou mesmo faça uma transição, portanto, sem que tenha algumas questões plenamente respondidas, quais sejam:
- Quais são minhas aptidões, habilidades e áreas de competências? Em que realmente sou bom e que irá me ajudar na construção de uma nova carreira profissional?;
- Quais os meus pontos fortes e aqueles os quais devo desenvolver? Reúno as condições necessárias para que possa desenvolver novas competências? Quem poderá me ajudar nesse processo?;
- Qual a minha verdadeira motivação, o que me faz seguir em frente? O que justifica eu sair da cama logo cedo e, mesmo num dia frio e chuvoso, ir para o meu trabalho cheio de alegria?;
- Quais minhas principais necessidades, estímulos e objetivos de vida?;
- O que eu quero da vida ou deixo de querer – seja porque nunca desejei, seja porque alcancei um ponto na autopercepção que me faz não desejar mais?
- Quais são os meus valores – o que me guia os passos e são os padrões de julgamento que faço de tudo e de todos?
- Estou trabalhando atualmente numa organização cujos valores estão alinhados com os meus ou estou apenas ocupando uma posição vendo meus valores sendo confrontados continuamente?;
- Quão bem eu me sinto com o que faço hoje? Sinto-me orgulhoso dos resultados que alcancei após um dia estressante, ou sinto vergonha de chegar em casa e olhar para a minha família?;
- Quais foram os principais resultados que alcancei em minha carreira até o momento? Eles são resultados mensuráveis? Estão relacionados com minhas competências que os comprovam?
Qual é o momento certo para refletir sobre essas questões?
Esse autoconhecimento é possível de se atingir após alguns anos de experiência de vida. Ele se inicia na juventude e na fase educacional, porém não está maduro nesse momento, mas sim, após uns dez anos em que esteve conduzindo sua carreira profissional.
Isso se, ao longo de sua carreira, você tiver a oportunidade de receber adequado feedback de seus pares e superiores, porém não necessariamente você irá encontrar esse suporte e então, você deveria recorrer a consultorias honestas em gestão de carreira, que poderão lhe ajudar com essa avaliação e contribuir para que sua decisão seja tomada de forma estruturada e com fundamentos, e não pelo acaso.
Autor: Sami Boulos Filho
Continua no próximo artigo da série “Mudanças no mundo corporativo”.